CANDIDATO PARA VICE PRESIDENT
Fabio de Sa e Silva é Professor Associado de Estudos Internacionais e Professor Wick Cary de
Estudos Brasileiros na Universidade de Oklahoma, além de membro afiliado do Center on the Legal Profession da Harvard Law School.
Fabio é autor de destacados estudos sobre direito, advogados e democracia. Seu artigo Da Lava Jato a Bolsonaro examina a “gramática política” produzida e disseminada por procuradores da força tarefa Lava Jato. Esse estudo recebeu ampla cobertura da mídia brasileira e se tornou o mais citado e mais baixado do Journal of Law and Society no ano de 2020. Seu artigo posterior, Consciência Jurídica Relacional e Anticorrupção, mapeia os esquemas culturais coproduzidos nas interações entre os procuradores da Lava Jato e seus seguidores no Facebook. Este estudo foi tema de entrevista de página inteira no jornal Folha de São Paulo e ganhou o prêmio de melhor artigo da Law & Society Association em 2022.
Atualmente, Fabio é um dos coordenadores do Projeto sobre Legalismo Autocrático (PAL), uma rede internacional da Law and Society Association (LSA) que produz pesquisas comparadas sobre como autocratas em ascensão em países como Brasil, Índia e África do Sul usam a lei para acumular poder, e o que pode ser feito para frear tais movimentos. Nessa função, ele também é host do PAL Cast, um podcast no qual entrevista estudiosos(as) em temas de direito e política (anti)democrática.
Fabio também se dedica a construir e fortalecer instituições. Além de codirigir o Centro de
Estudos do Brasil da OU; ele é membro do Comitê Executivo da BRASA e trustee da LSA, turma de 2023. Se eleito para a vice-presidência da BRASA, ele trabalhará para garantir que a Associação continue sendo uma voz influente em temas brasileiros no Brasil e nos EUA; e que a comunidade de brasilianistas ofereça contribuições significativas para a compreensão das questões relacionadas ao Brasil, num momento em que o país tenta retomar uma trajetória de desenvolvimento inclusivo, sustentável e democrático.
Fabio é frequentemente procurado pela mídia para comentar assuntos brasileiros. Suas últimas aparições incluem veículos como BBC News, Washington Post, Radio France International, The Intercept e The World; além de veículos brasileiros como Rede TV, Folha de São Paulo, UOL, The Intercept Brasil, Correio Braziliense e O Globo.
CANDIDATOS PARA O COMITÊ EXECUTIVO
Antropóloga, Professora Adjunta da Faculdade de Educação da Baixada Fluminense (FEBF – Pedagogia, Departamento de Formação de Professores/UERJ), do Programa de Pós-Graduação em História da Arte (PPGHA/UERJ) e do Programa de Pós-Graduação em Culturas e Territorialidade (PPCULT/UFF). Bolsista do Programa de Incentivo à Produção Científica, Técnica e Artística, o PROCIÊNCIA/UERJ, é pesquisadora do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros (NEAB/UERJ, desde 2006), coordenadora do Programa de Extensão Museu Afrodigital Rio de Janeiro (UERJ, 2019 – ), também fazendo parte do seu conselho curador e de redação, assim como do Laboratório de Experimentações Artísticas e Reflexões Criativas sobre Cidades, Saúde e Educação (LEARCC, UERJ & Fiocruz, 2016 – ). Atua também com curadoria e educativo de cinema e artes visuais, tendo sido uma das curadoras do Encontro de Cinema Negro Zózimo Bulbul Brasil, África, Caribe e Outras Diásporas em 2020 e 2021. Faz parte do Conselho Curatorial e Editorial da Coordenadoria de Exposições da UERJ (COEXPA), onde vem desenvolvendo desde 2022 curadorias coletivas para as galerias da universidade. Tem experiência nas áreas de Antropologia (do Cinema, Visual, Urbana e das Populações Afro-brasileiras) e Metodologia da Pesquisa. Pesquisa, ensina e orienta os seguintes temas: Imagens das Cidades (Fotografias, Arte Pública, Arte Urbana, Performances), Cinema e Cidade, Cinema Negro, Museus Negros, Museus Afro-digitais, Cultura afro-brasileira, Políticas Públicas e Relações étnico-raciais e Educação. Colabora com Associações desde 2006, tendo feito parte da Seção Brasil, da Latin American Studies Association/LASA (2006-2009), assim como da Associação Brasileira de Antropologia (ABA, desde 2012), na qual participou de três gestões do Comitê de Antropologia Visual (CAV). Participando da Brasa desde 2002, gostaria de trabalhar em prol da Associação e promover seus congressos e as possibilidades de interlocução entre colegas.
Adrian Anagnost é Professora Associada de História da Arte e docente no Stone Center for Latin American Studies da Tulane University. A pesquisa e o ensino de Anagnost concentram-se em arte, arquitetura e paisagem nas Américas, com foco na persistência da espacialidade colonial na arquitetura e urbanismo modernos do Brasil e dos EUA. Possui doutorado em História da Arte pela Universidade de Chicago e mestrado pela Columbia Universidade. Anagnost foi co-líder de um Seminário Sawyer da Fundação Mellon nos anos 2021-2022, sobre comemorações comparativas nas Américas. Esse seminário tomou a Praça Congo em New Orleans e Caís do Valongo no Rio de Janeiro, como locais chaves para explorar abordagens à arte, trabalho de memória e ativismo em relação aos legados espaciais da escravidão e deslocamento.
Anagnost publicou o livro Spatial Orders, Social Forms: Art in the City in Modern Brazil (Yale University Press, 2022), que examina interseções entre arte, arquitetura e urbanismo no Brasil dos anos 1920 aos anos 1960. O livro discute maneiras pelas quais artistas e arquitetos brasileiros entenderam o planejamento urbano como uma ferramenta para reorganizar o mundo, controlar a ação humana e remediar problemas sociais, e analisa o aparente conflito entre a estética modernista e um público urbano historicamente marginalizado e racializado. Textos de Anagnost sobre arte moderna, arquitetura e urbanismo apareceram em jornais e revistas incluindo ASAP/Journal, Brésil(s): sciences humaines et sociales, Journal of Global South Studies, Modernism/modernity, Architectural Record e Bloomberg CityLab, e em publicações de museus e galerias de arte, por exemplo o Museu de Arte de São Paulo e Document Gallery (Chicago). Como membro do Comité Executivo, a Anagnost estaria interessada em envolver mais museus e organizações artísticas na rede da BRASA
Bivona é Professora Assistente no Departament off Classics and Humanities e diretora associada do Behner Stiefel Center for Brazilian Studies na San Diego State University, onde idealizou e lançou o programa de bacharelado em Estudos Brasileiros e produz a premiada plataforma de humanidades digitais, o Digital Brazil Project. Ela é curadora do SDSU Brazilian Film Series desde 2020 e fez curadoria do Brazilian Film Series na UCLA em parceria com o Consulado Geral do Brasil em Los Angeles em 2019 e 2020. Antes da SDSU, Bivona lecionou na UCLA como professora bolsista no Departamento de Espanhol e Português e trabalhou no Centro de Estudos Brasileiros. Tem doutorado em línguas e literaturas hispânicas e mestrado em português pela UCLA e outro mestrado em literatura comparada pela Dartmouth College. Sua pesquisa analisa a forma como a cultura visual (incluindo o cinema, as artes visuais, o grafite e a pixação) intervém na memória cultural. O atual projeto de livro de Bivona, “Democracia fora de foco: memória política e cinema brasileiro pós-ditadura”, examina a formação da memória política da mais recente ditadura militar brasileira e o papel da produção audiovisual, lançando luz sobre a forma como o cinema no Brasil contribuiu ou desafiou as memórias e discursos que dominam o imaginário coletivo desde a transição democrática até hoje. Tem artigos publicados em Luso-Brazilian Review, Ciberletras, Memory Studies, e Latin American and Latinx Visual Culture e artigo aceito no Studies in Spanish and Latin American Cinemas.
Vanessa Castañeda é Professora Assistente de Estudos Afro-Latino-Americanos em Davidson College, em posição conjunta com Africana Studies e Estudos Latino-Americanos. Ela foi bolsista de pós-doutorado em Estudos Afro-Latino-Americanos em Dartmouth College de 2021 até 2023, após receber seu doutorado em Estudos Latino-Americanos pela Universidade de Tulane. Sua pesquisa foca nas baianas de acarajé, predominantemente mulheres negras idosas, da classe trabalhadora, que são vendedoras ambulantes em Salvador, Brasil. Elas vendem comidas típicas regionais com origem culinária na África Ocidental. Elas também passaram a existir como ícones centrais do turismo de herança africana e figuras culturais da identidade regional e nacional brasileira. Através de metodologias interdisciplinares, como pesquisa de arquivos e vinte meses de etnografia comunitária dentro da Associação Nacional das Baianas (ABAM) e com suas associadas, seu livro em elaboração, provisoriamente intitulado Tabuleiros de Resistência: uma re-conceitualização das Baianas de Acarajé do Brasil reconsidera as baianas—através de sua profissão e advocacia comunitárias—como agentes políticos do feminismo negro para a libertação pessoal e coletiva. Suas publicações incluem o artigo “Mucamas ou Baianas? Black Female Empowerment and Cultural Representation in Bahia” , The Latin Americanist Annals Issue, que recebeu Menção Honrosa do Prémio de Melhor Artigo em Ciências Sociais da Brazilian Studies Association (BRASA). Sua pesquisa tem sido apoiada pela Bolsa de Iniciação (BIS) da BRASA, pela Fundação Tinker e pelo Programa Fulbright dos EUA. Atualmente, ela também é associada ao programa Future of Food da Sociedade de Antropologia da Alimentação e Nutrição (SAFN) da Associação Estadunidense de Antropologia (AAA) e “fellow” do programa Pedagogia da Justiça Racial da Associação para o Estudo da Alimentação e Sociedade (ASFS). Como estudante universitária de primeira geração, Vanessa se compromete muito com a orientação de alunos e com equidade na educação, tendo sido a fundadora do Comité de Apoio aos Estudantes Indocumentados da Universidade de Tulane.
Daniel da Silva é Professor Assistente de Português na Rutgers University – New Brunswick, NJ, com doutorado em Culturas Latino-Americanas e Ibéricas pela Columbia University, NY. Oriundo do bairro do Ironbound em Newark, Nova Jersey, com pesquisas sobre performance e subjetividades queer entre culturas luso-afro-brasileiras, publicou “Unbearable Fadistas: António Variações and Fado as Queer Praxis” (Journal of Lusophone Studies 2018) e “Black Mothers and Black Boats: Queer, Indigenous and Afro-Brazilian Intersections in Ney Matogrosso’s ‘Mãe Preta (Barco Negro)'” (Journal of Lusophone Studies 2019), entre outros trabalhos. Também é codiretor do grupo de trabalho internacional Queer Aqui, que organizou o seu encontro no Rio de Janeiro em maio de 2023, com livro em vias de publicação intitulado Trans Tessituras: Queer Repertoires and Black Diaspora in Lusophone Popular Music.
Jack A. Draper III é Professor Associado de Português na Universidade do Missouri. Ele obteve seu bacharelado em Literatura Comparada pela Universidade da Califórnia, Berkeley e seu Ph.D. em Literatura pela Universidade de Duke. Seu principal campo de pesquisa é os estudos culturais brasileiros, com ênfase particular em cinema e cultura popular. É autor de Saudade no cinema brasileiro: A história de uma emoção na tela (Intellect, 2017) e Forró e o regionalismo redentor do nordeste brasileiro: música popular em uma cultura de migração (Intermeios, 2014). Também traduziu a primeira edição crítica em inglês de O negro no futebol brasileiro de Mário Filho (UNC Press, 2021). Professor Draper tem analisado o cinema brasileiro pós-Segunda Guerra Mundial, a música popular e a literatura em termos de suas representações de emoção, gênero, juventude (crianças e adolescentes), cultura popular (incluindo futebol), identidade regional e rural e história (especialmente do Nordeste), gênero (horror em especial), raça, classe social, espaço construído, memória, história nacional, democracia e ditadura. O volume de Jack Draper coorganizado com Cacilda Rêgo, O cinema centrado na mulher: Cineastas e protagonistas do século XXI (SUNY Press, 2022), é um trabalho inovador que explora amplamente a participação e o impacto das mulheres no cinema brasileiro , em frente e atrás da câmera. Na Universidade de Missouri, o Dr. Draper dirige o Global Brazil Minor e o programa de Português. Ele tem elaborado e ensinado alguns cursos básicos de estudos brasileiros, como “Civilização Brasileira” e “Cinema Brasileiro”, além de cursos que colocam o Brasil em um contexto internacional mais amplo, como “Civilizações do Atlântico Negro do sul: Angola, Brasil, Moçambique, Portugal.” Dr. Draper é membro da BRASA desde 2007 e tem participado regularmente dos congressos da associação desde então, apresentando trabalhos e organizando e presidindo diversos painéis. É membro da Rede dos EUA pela Democracia no Brasil.
Meu nome é Paulo Dutra e sou Professor Assistente de Português e Espanhol na Universidade do Novo México, onde atuo como diretor de graduação do departamento de espanhol e português. O rap brasileiro é o foco do meu atual projeto de livro intitulado Reclaiming Blackness in Brazilian rap; no entanto, também me dedico a examinar questões raciais nas obras de Machado de Assis e de poetisas afro-brasileiras contemporâneas. Além de ter publicado artigos sobre os três temas, sou coeditor do próximo número da Machado de Assis em linha, cujo dossiê aborda raça e escravidão em suas obras. No ano passado, trabalhei como consultor da coleção “Todos os livros Machado de Assis” da Editora Todavia, patrocinada pelo Itaú Cultural a ser lançada em breve. Além do meu trabalho como pesquisador, mantenho uma produção ativa como poeta e contista, o que acredito orientar meu trabalho como acadêmico e professor. Meus poemas e contos podem ser encontrados em edições recentes dos Cadernos Negros e em meus dois livros: Aversão oficial: resumida e abliterações, ambos publicados pela editora Malê (Rio de Janeiro). Este último foi semifinalista do Prêmio Oceanos em 2020. Refletindo sobre o meu percurso, gosto de acreditar que sou um efeito colateral de um sistema autolegitimado de representação cultural privilegiada que me levou a tornar-me um estudante universitário não tradicional, um viciado em escrita e leitura de contos, um poeta e um professor/pesquisador para escapar a uma vida dedicada à realização de atividades que alguma máquina poderia facilmente fazer. Se for eleito para o comitê executivo da BRASA, aproveitarei minha experiência como ex-Diretor Executivo da Scolas e como atual membro do comitê executivo da APSA para trabalhar em colaboração com os/as colegas, a fim de promover a troca de ideias que apoiem a missão da Associação.
Sou Professora de Português e Estudos Brasileiros no Departamento de World Languages and Cultures da Universidade da Carolina do Norte Wilmington. Na graduação, estudei Ciências Sociais na Universidade de São Paulo e concluí meu doutorado na Universidade de Illinois Urbana-Champaign. Meus interesses de pesquisa incluem história intelectual brasileira; conceitos afro-brasileiros, feministas, indígenas e teoria crítica dos estudos literários e cinematográficos brasileiros. Publiquei o livro Sedução e Heroísmo – Imaginação de Mulher (Editora Mulheres, 2007) sobre a participação de escritoras brasileiras no campo da produção cultural do século XIX. Coeditei o volume Intercâmbios Culturais entre Brasil e França – que reune estudos nas áreas de antropologia, arquitetura, cinema, história, literatura, artes plásticas e política (Purdue UP, 2016). Publiquei artigos em revistas internacionais e capítulos em volumes editados. Minhas publicações mais recentes foram sobre a Antropofagia de Oswald de Andrade (UFRJ Diadorim, 2022) e conceitos de estudos indígenas em Eu sou Macuxi, de Trudruá Dorrico (Estudos de Literatura Brasileira Contemporânea, no prelo). Em minha participação no Congresso da BRASA em 2022, discuti o impacto inovador da produção de mulheres diretoras de cinema afro-brasileiras para o movimento negro brasileiro e para a causa feminista na atualidade. Tenho publicações sobre a perspectiva de diretoras brasileiras quanto a momentos decisivos da história do Brasil; sou colaboradora do Programa de Estudos Alencarinos da Universidade do Ceará liderado pelo professor Marcelo Peloggio. A BRASA tem sido parte fundamental em minha carreira como brasilianista desde os anos 1990. Os congressos da BRASA me permitiram conhecer e colaborar com excelentes acadêmicos e colegas. Como membro do Comitê Executivo da BRASA, continuarei disseminando a produção de conhecimento da associação; promovendo internacionalmente a adesão crítica de estudiosos nas diversas áreas de Estudos Brasileiros; sempre considerando as questões políticas do nosso tempo, informadas pelos princípios de diversidade, equidade e inclusão, na tomada de decisões organizacionais da BRASA.
Seth Garfield recebeu seu Ph.D. em História da América Latina pela Universidade de Yale. Atualmente é professor de História na Universidade do Texas em Austin e ex-diretor do Centro Brasil do Instituto Lozano Long de Estudos Latino-Americanos (2018-22) e do Instituto de Estudos Históricos (2013-17). Ele também atua como Editor Associado da Enciclopédia Oxford de História e Cultura Brasileira e Varia História, e Editor Sênior da The Americas. Suas principais áreas de especialização na história brasileira incluem estudos indígenas, história ambiental, migração, fronteiras e história de alimentos e drogas. Garfield é autor de Indigenous Struggle at the Heart of Brazil: State Policy, Frontier Expansion, and the Xavante Indians, 1937-1988 (Duke, 2001), publicado em tradução para o português como A luta indígena no coração do Brasil: política indigenista, a Marcha para o Oeste, e os índios xavante, 1937-1988 (Unesp, 2011). Seu segundo livro, In Search of the Amazon: Brazil, the United States, and the Nature of a Region (Duke, 2014), recebeu Menção Honrosa no Prêmio Bolton-Johnson da American Historical Association’s Conference on Latin American History (2014). Seu livro mais recente, Guaraná: How Brazil Embraced the World’s Most Caffeine-Rich Plant (University of North Carolina Press, 2022), recebeu Menção Honrosa no Prêmio Sergio Buarque de Holanda de Melhor Livro em Ciências Sociais da Seção Brasil da Latin American Studies Association e foi eleito o “Melhor do Mundo” em História das Bebidas pelo Gourmand World Cookbook Awards. Os artigos de Garfield foram publicados na Hispanic American Historical Review, na Revista Brasileira de História e no Journal of Latin American Studies e sua pesquisa recebeu apoio da Comissão Fulbright, do National Endowment for the Humanities e da Mellon Foundation.
Há quase vinte anos, no congresso de 2004 no Rio de Janeiro, a BRASA me ajudou a ingressar no mundo acadêmico. Procuro a eleição para o Comité Executivo como uma pequena forma de retribuir a enorme generosidade intelectual que tenho recebido da organização e dos seus membros. Como doutorando, apresentei meu primeiro trabalho naquele congresso, já tendo me beneficiado da incrível ajuda e gentileza de outras pessoas.Nas últimas duas décadas, muito tem mudado nos mundo acadêmicos brasileiro e norte-americano, mas ambos continuam a funcionar da melhor forma quando vozes diversas são ouvidas e podem se reunir numa conversa intelectual mais ampla e compartilhada.Como representante da BRASA, eu priorizaria iniciativas para trazer novas vozes para essa conversa, algo que tenho priorizado como coeditor da Luso-Brazilian Review, onde ajudei a estabelecer a primeira Emerging Scholars Article Incubator, e como membro do corpo docente, primeiro na Columbia University e, na última década, na University of Illinois, Urbana-Champaign. Minha pesquisa se concentra na diáspora africana no Brasil, e também comecei a pesquisar e escrever sobre a história indígena e africana. Embora seja historiador por formação, meu trabalho envolve múltiplas disciplinas e publico em vários campos, incluindo Etnomusicologia, Estudos Latino-Americanos e Estudos Culturais. Também tenho me beneficiado imensamente do intercâmbio e da colaboração com colegas brasileiros, com quem tenho publicado trabalhos acadêmicos e de divulgação. Embora minha pesquisa inicial tenha sido no Rio de Janeiro, meus projetos recentes e atuais destacam Bahia, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte; acredito fortemente na importância de destacar as histórias e as comunidades de todas as partes do Brasil. Sou grato à BRASA por abrir o caminho para mim nas redes universitárias e espero poder contribuir com a associação como seu representante.
Livio Sansone (Palermo, Itália, 1956) obteve seu doutorado na Universidade de Amsterdã e vive no Brasil desde 1992, onde é professor titular de antropologia na Universidade Federal da Bahia (UFBA). É o coordenador da Fábrica de Ideias – um curso internacional avançado em estudos étnicos e africanos – e coordena o Museu Digital do Patrimônio Africano e Afro-Brasileiro. Seu livro mais conhecido em inglês é Blackness Without Ethnicity. Creating Race in Brazil (Nova York: Palgrave, 2003). Seus artigos em inglês estão disponíveis nas revistas on-line Vibrant, Codesria Bulletin, História, Ciências, Saúde, Berose e Rockefeller Archive Center Research Reports. Seus livros mais recentes são La Galassia Lombroso, África e l’ América Latina (2022, Laterza, Itália) e Field Station Bahia. Lorenzo Dow Turner, E. Franklin Frazier, Frances e Melville Herskovits and Brazil – 1935-1967 (2023, Brill, Leiden) – ambos estão sendo publicados em português em 2023 pela EDUNICAMP. Nos últimos anos, sua pesquisa tem sido sobre a circulação de ideias de raça e emancipação entre o sul da Europa, a África e a América Latina, a construção transnacional da antropologia afro-brasileira na década de 1940 e o nacionalismo cosmopolita do líder da independência de Moçambique, Eduardo Mondlane. Ele é membro do Africa Multiple Program da Universidade de Bayreuth, Alemanha. Livio planeja ajudar a organizar o Congresso BRASA de 2026 na UFBA e realizar dentro desse congresso (na verdade, imediatamente após) uma sessão especial da escola de doutorado Fábrica de Ideias dedicada a uma reflexão crítica sobre a formação de brasilianistas e, de modo mais geral, as vantagens e desvantagens de um enfoque nacional (muitas vezes construído de fora ou de forma transnacional) em um contexto em que a perspectiva Sul-Sul, especialmente em relação à África e ao resto da América Latina, está ganhando cada vez mais atenção.