O Prêmio BRASA Lifetime Contribution (LCA) da BRASA reconhece um líder no campo dos estudos brasileiros com um histórico de excelentes resultados acadêmicos e contribuições significativas para a promoção dos estudos brasileiros nos Estados Unidos. É concedido a cada dois anos, correspondendo à Conferência Internacional da BRASA.
Prêmio BRASA Lifetime Contribution 2024 concedido ao
James N. Green
Comitê:
Amy Chazkel
Aldair Rodrigues
Rebecca Tarlau
Temos o prazer de homenagear James N. Green, professor Carlos Manuel de Cespedes de História Moderna da América Latina e Estudos Portugueses e Brasileiros na Brown University, com o Prêmio de Contribuição Vitalícia da Associação de Estudos Brasileiros. O comitê concedeu esta homenagem a Jim por três razões: 1) seu impacto de pesquisa em uma área pouco estudada nos estudos brasileiros – a história LGBTQ – e o impacto dessa pesquisa além da academia. 2) Suas contribuições para a BRASA, transformando-a de um pequeno grupo de brasilianistas conversadores em uma grande sociedade acadêmica; 3) sua defesa e ativismo em defesa da democracia brasileira. A carta de indicação e as cartas adicionais de apoio a este prêmio demonstram seu poderoso impacto nessas três áreas. Seu trabalho como acadêmico, professor e intelectual público é marcado por seu conhecimento magistral da cultura, história e política brasileira e por sua sofisticação teórica sobre gênero, sexualidade e poder.
Depois de uma carreira como ativista dedicado trabalhando pela justiça social no Brasil e em outros lugares da América Latina, bem como nos Estados Unidos, Jim embarcou no que seria uma carreira acadêmica espetacularmente bem-sucedida e impactante, mas nunca deixando para trás seu compromisso com a justiça. Começando com seus primeiros estudos em sua pesquisa de doutorado e seu primeiro livro, ele iniciou uma linha de investigação sobre a história dos múltiplos e muitas vezes contestados usos do espaço urbano no Brasil, sendo pioneiro no que ainda nem era chamado de história LGBTQ. Sua primeira monografia, Beyond Carnival: Male Homosexuality in Twentieth-Century Brazil, investigou as complexidades da vida pública gay nas duas maiores cidades do Brasil, Rio de Janeiro e São Paulo, no final dos séculos XIX e XX. Este trabalho tornou-se um clássico instantâneo, ganhou numerosos prémios e teve um impacto profundo no estudo da cultura urbana, da vida pública e das políticas culturais da diferença, tanto dentro como fora do campo dos estudos de género e sexualidade.
A segunda monografia de Green, We Cannot Remain Silent: Opposition to the Brazilian Military Dictatorship, documenta a história das campanhas populares e descentralizadas para denunciar as violações dos direitos humanos no Brasil nas décadas de 1970 e 1980. Este livro inspirou a publicação de um livro de memórias sobre a atuação política de Marcos Arruda, ex-preso político exilado e um dos líderes do movimento de solidariedade nos Estados Unidos. Em 2018, Green publicou Exile within Exiles: Herbert Daniel, Gay Brazilian Revolutionary que foi lançado simultaneamente no Brasil. O teatro musical do encenador e dramaturgo Zé Henrique de Paula, Codinome Daniel, baseado no livro, estreou em São Paulo em 2024 em São Paulo. Jim é um raro estudioso brasilianista radicado nos EUA, cujo trabalho teve tanto impacto no Brasil quanto nos EUA. Todos os seus livros e artigos acadêmicos foram traduzidos para o português e publicados no Brasil.
As contribuições de Jim para a BRASA são incomparáveis. Eleito para a Comissão Executiva em 1998, foi posteriormente eleito Vice-Presidente, seguido de um mandato como Presidente entre 2002-2004. Nesse período, desempenhou papel crucial na reestruturação e profissionalização da BRASA. Em 2015, assumiu o cargo de Diretor Executivo, supervisionando a BRASA durante um período de expansão e maior engajamento político. Em 2018, Jim co-fundou com Gladys Michell-Walthour a US Network for Democracy in Brazil, que reuniu acadêmicos e ativistas preocupados com a liberdade acadêmica e a deterioração da democracia no Brasil durante a presidência de Bolsonaro. Mais recentemente, ele foi cofundador e atualmente é presidente do Conselho de Administração do Washington Brazil Office, um think-tank e organização de defesa apartidária que trabalha com movimentos sociais e ONGs brasileiras para facilitar uma agenda internacional progressista sobre Brasil. Este prêmio concede uma honra merecida a um estudioso, mentor e defensor dos estudos brasileiros em todo o mundo que tanto contribuiu para a nossa compreensão coletiva dos diversos campos que pesquisou: direitos humanos na América Latina e além; Cultura e movimentos LGBTQ; abordagens culturais e transnacionais para compreender o regime militar autoritário na América Latina; os usos contestados do espaço urbano; e o estudo do Brasil em geral.
O Comitê Executivo da BRASA tem o prazer de entregar o Prêmio de Contribuição Vitalícia 2022 a Peggy Sharpe, Professora Emérita de Espanhol e Português da Florida State University. A BRASA homenageia as prodigiosas contribuições da Dr. Sharpe para a promoção dos estudos brasileiros nos Estados Unidos. Concedendo o Prêmio de Contribuição Vitalícia à Dr. Sharpe, a BRASA procura reconhecer nossa dívida para com ela pelo avanço da missão estabelecida pelos fundadores da BRASA, Jon M. Tolman, Roberto Reis e Edward A. Riedinger.
Antes de atuar como Presidente da BRASA de 2008 a 2010, Peggy Sharpe contribuiu para a consolidação da BRASA em várias capacidades. Além de participar do desenvolvimento inicial da BRASA (e de outras organizações, como a APSA), Sharpe supervisionou a criação de programas e departamentos (na University of Illinois, University of Mississippi, United Arab Emirates University, American University of Ras Al Khaimah, e Florida State University), e lecionou em universidades brasileiras (Universidades Federais do Maranhão, Pernambuco e Minas Gerais).
Como membro da BRASA desde seus primórdios, Peggy Sharpe tem feito parte de uma geração inovadora de mulheres acadêmicas que estudam e conceituam o feminismo brasileiro e estabelecem as bases para estudos interseccionais em Estudos da Mulher com foco na literatura produzida por mulheres escritoras no Brasil . Sharpe é reconhecida internacionalmente por seus estudos pioneiros sobre escritoras brasileiras do século XIX e início do século XX. Como aponta uma de suas indicadas, ela é uma das “mais vigorosas contribuintes para a progressiva reformulação do campo literário brasileiro, que visa incluir o legado da significativa produção feminina como formadora da cultura brasileira”.
A primeira apresentação de Sharpe em um Congresso BRASA (1996 King’s College, Universidade de Cambridge) foi sobre as escritoras Júlia Lopes de Almeida (1862-1934) e Adalzira Bittencourt (1904-1976). Nesse mesmo ano, Sharpe organizou a conferência Resistance and Identity: Towards a Theory of the Practice of Brazilian Women Writers na Universidade de Illinois, Urbana-Champaign. O projeto reuniu escritoras como Helena Parente Cunha, Lya Luft, Marina Colasanti e Nélida Piñon. Apresentações e painéis envolveram conversas e trocas entre escritores e acadêmicos, facilitando novas perspectivas sobre o feminismo e entendimentos compartilhados de suas práxis. Entre os bolsistas presentes estavam Cristina Ferreira-Pinto, Susan Quinlan, Maria José Somerlate Barbosa e Naomi Hoki Moniz. Sharpe publicou as comunicações deste encontro seminal sob o título Entre resistir e identificar-se: Para uma teoria da prática da narrativa brasileira de autoria feminina (1997). Sharpe ajudou a organizar outras duas conferências memoráveis: uma em memória de Nísia Floresta (1987, Rio Grande do Norte) e o Primeiro Congresso de Escritoras Brasileiras em Nova York (2009)
O Comitê Executivo da BRASA tem o prazer de oferecer o Prêmio Lifetime Contribution 2020 a Anani Dzidzienyo, Professor Associado de Estudos Africanos e Estudos Portugueses e Brasileiros, na Brown University. O trabalho do professor Dzidzienyo exemplifica o verdadeiro significado deste prêmio, que homenageia alguém com excelente desempenho acadêmico e contribuições significativas para a promoção de estudos brasileiros nos Estados Unidos. Sua pesquisa, ensino e orientação foram fundamentais para levar o estudo da raça ao centro dos estudos brasileiros e seus trabalhos essenciais para a fundação do campo de estudos afro-latino-americanos.
Professor Dzidzienyo recebeu seu B.A. em Ciência Política pelo Williams College e concluiu seus estudos de graduação na University of Essex em Política e Governo da América Latina. Ele passou três anos como pesquisador no International Race Studies Program no Institute of Race Relations em Londres, período em que também começou a lecionar na Brown University, onde atua como professor há mais de quatro décadas. Os estudos pioneiros de Dzidzienyo levou os Estudos Brasileiros a centralizar os afrodescendentes e as vidas após a escravidão. Ao mesmo tempo, sua abordagem também levou à incorporação dos estudo sobre o Brasil nos estudos globais, nos dois lados do Atlântico. Essas contribuições críticas são encontradas em sua produção acadêmica, que é interdisciplinar, multilíngue e transnacional. Sua brilhante e pioneira pesquisa pode ser comparada apenas ao impacto monumental que ele teve no campo de estudos por meio de sua orientação direta e indireta de gerações de brasilianistas nos Estados Unidos e brasileiros. Como aqueles que o nomearam para esse prêmio observam, “seriam necessárias pelo menos duas mãos para contar os livros publicados por aqueles que ele ensinou”.
De fato, nos agradecimentos dessas obras, encontramos facilmente Anani Dzidzienyo, o mentor generoso e interlocutor atencioso. O comitê considerou que a indicação de Dzidzienyo não poderia ter chegado em um momento melhor. Seu serviço, ensino e pesquisa sempre foram influenciados por seu profundo compromisso como intelectual público. Ele começou a escrever sobre raça no Brasil, na década de 1970 – quando foi espionado pela Ditadura Militar. Ele também emprestou sua análise precisa e olhos críticos à arena política, escrevendo relatórios para organizações e fundações de direitos humanos. Como observaram aqueles que o indicaram, sua primeira publicação foi o relatório de 1971 “The Positions of Blacks in Brazilian Society”, escrito para o Minority Rights Group, e permanece amplamente influente cerca de 50 anos depois. O trabalho do professor Dzidzienyo nos lembra de fazer perguntas urgentes e oportunas, escrever e ensinar tópicos que podem ser impopulares e, finalmente, adotar uma visão política. É com grande honra que lhe concedemos este prêmio
O Comitê Executivo da BRASA tem o prazer de apresentar o Lifetime Contribution Award 2018 a Anthony Seeger, ilustre professor emérito de etnomusicologia da UCLA e diretor emérito da Smithsonian Folkways Recordings. Indicado pela primeira vez em 2015, durante o último ciclo de indicações, acreditamos que agora é hora de reconhecer as contribuições extraordinárias de Seeger como professor, arquivista, produtor musical, administrador e ativista dos Estudos Brasileiros. Ele é mais conhecido por sua pesquisa etnográfica e musicológica com o povo Kĩsêdjê (anteriormente conhecido como Suyá) do norte do Mato Grosso, que produziu dezenas de artigos e capítulos de livros, várias gravações, um DVD e vários livros, incluindo o premiado Why the Suyá Sing: A Musical Anthropology of an Amazonian People (Cambrige UP, 1987). No início de sua carreira de professor no Museu Nacional do Rio de Janeiro (1975-82), desempenhou um papel de liderança no desenvolvimento da etnomusicologia no Brasil, além de defender os direitos indígenas durante o período de abertura. Desde 1982, sua carreira institucional situa-se nos Estados Unidos, primeiro como membro do corpo docente do Departamento de Antropologia e diretor dos Arquivos de Música Tradicional da Indiana University, depois como curador da Coleção Folkways e diretor da Smithsonian Folkways Recordings em 1988 e, finalmente, como professor de etnomusicologia na UCLA de 2000 a 2012. As quatro cartas de apoio que recebemos atestam seu profundo impacto e legado duradouro como professor e mentor para estudantes de pós-graduação treinados no Brasil e nos EUA. Além de suas extraordinárias realizações como estudioso, professor e administrador, o comitê considerou sua indicação convincente por considerações adicionais relacionadas à disciplina, especialização da área e trajetória profissional. Seeger é o primeiro etnomusicologista e o primeiro estudioso do Brasil amazônico / indígena a receber essa distinção da BRASA.
A Associação Brasileira de Estudos tem o prazer de homenagear Jon M. Tolman com o Prêmio BRASA Lifetime Contribution. No primeiro congresso internacional da BRASA em Atlanta, em março de 1994, Jon foi eleito o primeiro presidente da organização. Jon fez um trabalho formidável entre 1992 e 2004, quando se aposentou como Diretor Executivo da BRASA. Durante esses anos, Jon organizou e administrou pessoalmente os primeiros sete congressos da BRASA. A BRASA poderia facilmente ter falhado durante os anos 90. Os recursos para a organização eram escassos. Além de todo esse trabalho administrativo e organizacional, ele fez lobby junto ao governo brasileiro e a um fluxo constante de embaixadores brasileiros em Washington. Ele era um homem-máquina promovendo com sucesso os estudos brasileiros nos Estados Unidos. Todos nós devemos a ele uma dívida enorme, uma que nunca podemos pagar totalmente. Por onze anos, Jon investiu boa parte de sua vida profissional e pessoal em dar vida à BRASA. Conceder a Jon M. Tolman o Prêmio pelo Conjunto da Obra é uma maneira de reconhecermos nossa dívida com ele e honrar seu trabalho em prol da promoção de estudos brasileiros nos Estados Unidos.
A professora Maxine Margolis, professora Emerita de Antropologia da Universidade da Flórida e membro da American Academy of Arts and Sciences. Dr.ª Margolis se destaca por seus mais de quarenta anos de compromisso extraordinário e inabalável com a missão de nossa organização: a promoção dos estudos brasileiros nos Estados Unidos. Ela é autora de muitos livros assim como Goodbye Brazil: Émigrés from the Land of Soccer and Samba (University of Wisconsin Press 2013), An Invisible Minority: Brazilian Immigrants in New York City (University Press of Florida, 2009) e Little Brazil: An Ethnography of Brazilian Immigrants in New York City (Princeton UP 1994). Como atestam seus inúmeros livros, artigos e aparições na mídia, ela foi pioneira na pesquisa sobre imigração brasileira neste país, elevando o perfil das relações Brasil-EUA no processo. Praticamente sozinha, a professora Margolis inventou o estudo da diáspora brasileira e começou a pesquisar esse assunto uma década inteira antes que outros tivessem identificado as tendências relevantes. Sem ela, provavelmente nem teríamos esse subcampo dos estudos brasileiros. O Dr.ª Margolis serviu à BRASA em várias capacidades ao longo dos anos, inclusive assumindo papéis de liderança em vários comitês. Além disso, ela orientou várias gerações de estudantes da Universidade da Flórida e apoiou muitos colegas emergentes no Brasil ao longo dos anos. Ela é uma networker ativa e uma excelente colaboradora para a consolidação da BRASA como uma organização profissional reconhecida internacionalmente.
O Lifetime Achievement Award (LCA) da BRASA reconhece o Professor Graham como líder na área de estudos brasileiros, com um histórico de excelentes resultados acadêmicos e contribuições significativas para a promoção de estudos brasileiros nos Estados Unidos. A carreira estelar do professor Graham merece tal honra por sua sua produção acadêmica, ensino, publicação, orientação e desenvolvimento institucional. O professor Graham é reconhecido internacionalmente por suas contribuições em aprofundar nossa compreensão da história brasileira. O primeiro livro do professor Graham, Britain and the Onset of Modernization in Brazil, 1850-1914 (1968), é um estudo de referência da influência britânica no Brasil. Ganhou o prestigioso Prêmio Bolton da Conference on Latin American History em 1969. Em 1978, publicou The Jesuit Antonio Vieira and his Plans for the Economic Rehabilitation of Seventeenth-Century Portugal, uma importante contribuição para a história imperial brasileira e portuguesa colonial. No ano seguinte, Escravidão, reforma e imperialismo (1979) reuniu parte de sua obra sobre a escravidão brasileira e moldou profundamente a bolsa de estudos brasileira emergente na sociedade escravista do país. Seu trabalho pioneiro sobre famílias escravas apareceu em português neste volume e estabeleceu uma agenda para futuras pesquisas sobre famílias escravas no Brasil. Seu livro Patronage and Politics in Nineteenth- Century Brazil (1990) rapidamente se tornou um trabalho canônico sobre a formação do estado brasileiro no século XIX. Talvez sua maior contribuição para a história latino-americana seja o inestimável, The Idea of Race in Latin America, 1870-1940 (1990); continua sendo amplamente utilizado como uma introdução ao campo. Em sua aposentadoria, o professor continua pesquisando e escrevendo grandes contribuições para a história brasileira. Feeding the City: From Street Market to Liberal Reform in Salvador, Brazil, 1780-1860, um estudo da produção e comercialização de alimentos em Salvador, Bahia, desde o final do século XVIII até a independência e a época das reformas liberais A metade do século XIX foi publicada em 2010. Este livro ganhou o Prêmio Bolton-Johnson, concedido pelo Conselho de História da América Latina, no início de 2011. Nascido em 1934, no interior do Brasil, de um pai missionário presbiteriano americano e uma mãe brasileira, Richard Graham Estudou com Lewis Hanke na University of Texas em Austin na década de 1950, recebendo seu doutorado em 1961, sobre o qual iniciou sua longa e distinta carreira docente na Cornell University. Em 1970, o professor Graham se mudou para a Universidade do Texas e ensinou estudantes de graduação e pós-graduação até sua aposentadoria em 1999.
A pesquisa e redação do professor Baer concentram-se principalmente nas áreas de industrialização, crescimento e desenvolvimento econômico, políticas públicas, inflação e distribuição e eqüidade de renda. Ele tem um histórico distinto de realizações acadêmicas, incluindo livros como Industrialization and Economic Development in Brazil(1965),The Development of the Brazilian Steel Industry (1970) e The Brazilian Economy: Its Growth and Development (1979), agora em sua sexta edição , bem como uma lista longa de artigos sobre diversas questões econômicas e políticas. Um dos aspectos únicos do trabalho de Baer é o vínculo que ele estabelece entre os legados históricos, sociais e institucionais do passado brasileiro e seu envolvimento direto e contínuo com as questões mais atuais de políticas econômicas e públicas. Ele ensinou em Yale (1961-65), Vanderbilt (1965-74) e na Universidade de Illinois (1974-2016), e atuou como consultor de programas da Fundação Ford no Rio de Janeiro de 1967 a 1976. Ele Incentivou um grande número de jovens a ingressar nos estudos brasileiros e recrutou muitos, dos Estados Unidos e do Brasil, para realizar estudos de doutorado em economia sob sua direção. As múltiplas contribuições do professor Baer foram amplamente reconhecidas no Brasil. Ele recebeu a prestigiada Medalha Rio Branco do Ministério das Relações Exteriores do Brasil (dezembro de 2000), a Medalha de Honra da Inconfidência de Minas Gerais (1995) e a Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul do governo do Brasil ( 1982).
Gregory Rabassa, professor emérito de espanhol e português, City University of New York, foi nomeado ganhador em 2008 do Lifetime Contribution Award da Brazilian Studies Association. A BRASA deseja enfatizar especialmente as contribuições vitalícias do Dr. Rabassa para a promoção da cultura e literatura brasileiras internacionalmente, considerando que suas numerosas traduções de escritores brasileiros tornaram a literatura brasileira mais facilmente disponível para os leitores em inglês. A proeminente carreira do professor Rabassa na literatura brasileira começou como estudante de graduação no Dartmouth College, onde estudou português, entre outras línguas. Depois de servir na Europa como especialista em idiomas do Exército dos EUA durante a Segunda Guerra Mundial, prosseguiu seu doutorado na Columbia, graduando-se em 1954 com uma dissertação sobre negros na literatura brasileira depois de 1888. Mais tarde foi publicado pela Tempo Brasileiro O negro na ficção brasileira (1965). O maior impacto do professor Rabassa no campo dos estudos brasileiros nos EUA foi como tradutor. Rabassa foi considerado um dos maiores praticantes do ofício da tradução e recebeu alguns dos mais prestigiados prêmios de tradução dos EUA, como a Medalha Nacional das Artes, que recebeu do presidente George W. Bush em 2006 e o prêmio PEN / Martha Albrand pela arte, por suas memórias de 2005, If This Be Treason: Translation and its Dyscontents. Ele publicou mais de quarenta traduções da literatura latino-americana, entre elas alguns dos mais importantes autores brasileiros do século XX, como Jorge Amado, Machado de Assis e Clarice Lispector. Como tradutor, acadêmico e professor universitário, ele teve um impacto significativo no campo dos estudos brasileiros.
A carreira estelar do Dr. Skidmore merece tal honra por sua obra, ensino, publicação, orientação e desenvolvimento institucional, entre outras contribuições para a profissão. Ele desempenhou um papel muito significativo no avanço do estudo do Brasil nos Estados Unidos ao longo de seus quarenta anos de carreira como professor de história brasileira e latino-americana. O Dr. Skidmore se formou na Dennison University em 1954, obteve um mestrado na Oxford e concluiu seu doutorado em história na Harvard em 1961. Lecionou como instrutor e depois como professor assistente em Harvard entre 1960 e 1966. Em 1967, ele se mudou para a Universidade de Wisconsin, Madison, tornando-se professor titular no ano seguinte. O Dr. Skidmore mudou-se para a Brown University em 1988, onde lecionou no Departamento de História (onde era Carlos Manuel de Céspedes Professor de História Moderna da América Latina) e foi diretor do Centro de Estudos da América Latina até sua aposentadoria em 2000. Ele atuou como Presidente da LASA e do Conselho de Estudos Latino-Americanos da Nova Inglaterra. A primeira monografia de Skidmore, Politics in Brazil, 1930-1964: An Experiment in Democracy (Oxford University Press, 1967), baseada em pesquisas de pós-doutorado na Harvard, tornou-se imediatamente a história política definitiva em inglês daqueles tempos turbulentos. Ele acompanhou esse volume com uma história política do regime militar, The Politics of Military Rule in Brazil, 1964-85 (Oxford University Press, 1988) que documenta o sistema político sob a ditadura e o retorno gradual ao regime democrático no início dos anos 80. Ele também produziu uma importante história de livros didáticos, Brazil: Five Centuries of Change (Oxford University Press, 1999). Outra contribuição significativa do Dr. Skidmore para os estudos brasileiros tem sido a história intelectual, Black into White: Race and Nationality in Brazilian Thought (Oxford University Press, 1974), que traça as mudanças nas noções de raça no Brasil, desde a escravidão até a época dos movimentos eugênicos e nacionalistas do século XX. Como seus dois trabalhos sobre a história política do Brasil do século XX, este volume se tornou um ponto de referência para todos os tratamentos subsequentes do assunto. O Dr. Skidmore continuou publicando este tópico com um volume editado, The Idea of Race in Latin America, 1870-1940 (1990). No Brasil, Thomas E. Skidmore passou a personificar o “brasilianista”, como se reflete na publicação em português de uma coleção de seus ensaios, O Brasil visto de fora (Paz e Terra, 1994) e nas numerosas impressões de suas obras traduzidas .
A Associação Brasileira de Estudos (BRASA) tem o prazer de anunciar a convocatória para o Prêmio pelo Conjunto da Obra.. Convidamos os membros da comunidade de estudos brasileiros a enviar suas indicações para o ganhador deste prestigioso prêmio, que será apresentado no Congresso BRASA XVII, a ser realizada na San Diego State University, 3-6 de abril, 2024.
Refletindo a missão principal da BRASA, o objetivo deste prêmio é reconhecer um indivíduo com um histórico de excelentes resultados acadêmicos e contribuições significativas para a promoção de estudos brasileiros nos Estados Unidos. O Comitê Executivo da BRASA deseja enfatizar especialmente o critério de contribuições vitalícias.
Os candidatos podem ser de qualquer disciplina ou nacionalidade, mas devem ter passado a maior parte de sua carreira envolvida em atividades de estudos brasileiros nos EUA. Os candidatos não precisam ser membros da BRASA.
As indicações serão revisadas por um comitê de premiação da BRASA e votadas pelo Comitê Executivo da BRASA. O destinatário será anunciado perante o BRASA XVII em 2024. O premiado também será convidado a se dirigir ao Congresso. O vice-presidente da BRASA apresentará ao destinatário uma placa de agradecimento.
As indicações devem consistir em uma carta substancial de recomendação, descrevendo as realizações e contribuições do indivíduo; um CV; e uma lista de cinco referências preparadas para fornecer cartas adicionais, se necessário. Os materiais podem ser em inglês ou português. Uma indicação por indivíduo é suficiente. Nenhuma auto-indicação ou candidato póstumo será aceito.